Encontro Mensal Grupo ELF/ FISESP

Contou com as brilhantes participações da Rabina Elca Rubinstein e do Rabino Rogério Cukierman

O Encontro Mensal do Grupo de Empoderamento e Liderança Feminina – ELF/FISESP, aconteceu no dia 14 de setembro, de forma virtual. O evento foi brindado com as brilhantes colaborações da Rabina Elca Rubinstein e do Rabino Rogério Cukerman. A reunião teve início com o toque do shofar, por Luiz Gross. O tema da palestra foi “Preparando para o novo desconhecido”, que aproximou o tema da chegada de Rosh Hashaná. 

A Rabina Rubi iniciou o encontro contando sobre sua trajetória pessoal e profissional até a resolução, nesta etapa da vida, de se dedicar ao rabinato e despertou reflexões importantes nas participantes do grupo. Trouxe para reflexão um trecho da sabedoria do Tanakh, que vem do livro Eclesiastes  “tem uma estação certa para tudo e um tempo para cada experiência  debaixo dos céus. Como um tempo para nascer e um tempo para morrer, um tempo para plantar e um tempo para colher, um tempo para demolir e um tempo para construir, um tempo para chorar e um tempo para rir, um tempo de buscar e um tempo de perder, um  tempo para o conhecido e um tempo para o novo desconhecido… E terminou a reflexão dizendo que o  novo desconhecido remete diretamente ao Rosh Hashaná.  Que por conta da pandemia essa reflexão deve ser feita com muito cuidado e muito carinho”. 

O Rabino Rogério, que no início da reunião, havia recebido inúmeros elogios sobre a condução e prédica durante seu último religioso, seguiu o debate elogiando a rabina Rubi pelo formato “feminino” de um rabinato que “faz perguntas”, promove a escuta ativa, a interação e a participação de todos. Ele também comentou sobre as coincidências na formação de ambos (os dois são economistas – ele administrador com mestrado em economia) e destacou a importância da discordância de ideias e opiniões para viabilizar oportunidades e espaço de criatividade e crescimento. 

Como enfatizou o Rabino Rogerio Cukierman, “o toque do shofar  reflete o choro de uma mulher dando a luz. Rosh Hashaná é o dia do nascimento do mundo e o dia da criação do ser humano. O nascimento do mundo é comemorado quando Deus completou o trabalho, após o período de 6 dias”. 

Os dois falaram sobre a importância da desconstrução de certezas absolutas, do “estar aberto” para as experimentações e possibilidades e Rabino Rogério usou a metáfora do milkshake incentivando que, muitas vezes, é mais importante reformularmos a pergunta do que termos respostas prontas. 

Foi um encontro reflexivo, inspirador e bastante propício para o mês de Elul, (dias de despertar que antecedem o Rosh Hashaná).

Rabina Elca Rubinstein recebeu sua ordenação rabínica em janeiro deste ano.  Sua formação foi feita no seminário teológico do ALEPH Jewish Renewal, o Movimento Renovador.  Na sua bagagem, a Rabina Rubi traz também um PhD em economia, uma vasta carreira como professora Universitária e Economista Senior no Banco Mundial em Washington, além da experiência como cineasta, com a produção do documentário BRANCO&PRATA.  Com bandeiras feministas bem consolidadas ao longo da vida e ciente de que só existem 4 rabinas brasileiras (das quais só 2 no Brasil), a Rabina Rubi busca fortalecer a voz e a presença das mulheres no cenário judaico brasileiro.  Ao mesmo tempo, ela se preocupa com o protagonismo dos idosos no século XXI e, entre outras coisas, faz parte do Fórum da Terceira Idade da FISESP.

Rabino Rogério Cukierman chegou ao rabinato por caminhos ecléticos. Formado em Administração de Empresas pela EAESP da Fundação Getúlio Vargas, com mestrado em Economia pela Universidade de Tel Aviv, já trabalhou em banco de investimentos, jornal, consultoria estratégica e start-up de tecnologia. Durante sua formação rabínica, estudou no Hebrew Union College de Los Angeles (de onde recebeu um mestrado em Estudos Judaicos) e no Hebrew College em Boston (de onde recebeu sua ordenação rabínica e um mestrado em Educação Judaica). Nos Estados Unidos, foi diretor-executivo do Hillel da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, onde estruturou uma aliança de organizações judaicas para construir uma mikve e participou da fundação de um consórcio inter-religioso liberal. Em 2013 retornou ao Brasil, onde atuou como diretor da área judaica do Colégio I. L. Peretz em São Paulo e como coordenador-geral de Cultura Judaica da Escola Eliezer Max no Rio de Janeiro. Atualmente é Rabino da Congregação Israelita Paulista- CIP.