Grupo ELF comemora três anos e traz debate com idealizadora do podcast Praia dos Ossos

Marcando o aniversário de três anos e em homenagem ao mês da mulher o Grupo de Empoderamento e Liderança Feminina  da  Federqação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp),  realizou  nesta segunda-feira, 01 de março, um evento online com Branca Vianna, fundadora da produtora carioca Rádio Novelo, idealizadora e apresentadora dos podcasts Praia dos Ossos e Maria Vai com as Outras.

 O podcast ‘Praia dos Ossos’ já atingiu mais de um milhão e meio de downloads.  Ele retrata como no final dos anos 1970, Ângela Diniz passou de vítima do parceiro a algoz do próprio assassino e de como a opinião pública tratou sua memória quando o autor dos disparos, o playboy paulistano Doca Street, se queixou das dificuldades de conviver com uma mulher que não andava na linha para os padrões da época.  

A diretora da Fisesp, Miriam Vasserman, o presidente Luiz Kignel e o presidente executivo Ricardo Berkiensztat também participaram do evento online, que teve mediação da jornalista Mona Dorf.  

Miriam deu  detalhes sobre o relevante trabalho que o Grupo ELF  vem desenvolvendo como  o “Programa de Acolhimento à Mulher Vítima de Violência”  o “Programa de Relações Saudáveis” e o “ Comitê de Liderança e Networking”, entre outros.  

“Nunca imaginei que fossemos chegar nesse tamanho e quebrar tantos paradigmas com esse projeto ousado e que é um orgulho para toda a comunidade. Branca Vianna é autora de uma frase com a qual concordo muito que diz “violência contra a mulher é assunto de homem”, e isso é um pouco do que tentamos trazer para a nossa vida comunitária”, ressaltou o presidente da Fisesp, Luiz Kignel.

Branca deu detalhes de como cresceu impactada pela morte da socialite de 32 anos ocorrida na Praia dos Ossos, em Búzios, no ano de 1976. Na época ela  tinha 14 anos e acompanhou a repercussão do caso que fugia das coberturas tradicionais de imprensa  por trazer como personagens figuras de destaque da alta sociedade fluminense e também  pelo julgamento do assassino, Doca Street, cujos advogados usaram a tese de legítima defesa da honra e retrataram Angela Diniz como culpada pela própria morte.   

“Nossa vontade mais legítima era, para além do feminicídio, tratar de um tema pouco debatido na sociedade brasileira. E essa história, que atravessou os anos e continua de grande importância para todas as mulheres, se mostrou perfeita”, destacou.  

Apesar do enorme sucesso e da repercussão do podcast Praia dos Ossos, Branca se queixa da pequena participação masculina. “Temos um público majoritariamente feminino e isso está errado. Os homens precisam aprender sobre esses assuntos. Muitas mulheres sofrem violência física e psicológica. E a questão do assédio e da violência atravessam todas as classes sociais. Nem todo homem é perpetrador de violência, e os que não são, não sabem que isso acontece, e precisam saber”, alertou.

Quem perdeu o evento pode assistir  nas redes sociais da Fisesp: www.facebook.com/federacaosp e You Tube Federação Israelita SP.