Desejar e conhecer Israel em tempo de guerra
— Quem é Madeleine Lacsko?
Sou uma mulher religiosa, jornalista há 28 anos. Tenho
especialização em Marketing Político e Motivação Eleitoral,
Vivência, Reputação Digital (a imagem na era da Inteligência
Artificial, a comunicação para mudança de comportamento).
Como Consultora Internacional da ONU, participei, em
Angola, da campanha que erradicou a poliomielite no país,
através do convencimento dos fanáticos tribais da
necessidade da vacinação.
— Qual foi sua “técnica” para chegar a esse convencimento?
Não foi fácil. Entre as várias dificuldades, tive que fazer frente
ao sistema das diferentes crenças de cada grupo, usar o
vocabulário próprio. E paciência.
— Por que você foi a Israel, qual a motivação?
O que me motivou foi uma questão de fé, principalmente
neste momento em que estou no meio de uma mudança na
minha carreira, uma fase de transição. Perguntei: o que me
falta fazer? O que me faltava na carreira jornalística era ser
correspondente de guerra.
No mesmo dia, toca o telefone, era o jornalista Sergio
Malbergier me convidando, em nome de Alê Safra, para ir a
Israel. Eu estava rezando e uma janela se abriu para essa
experiência. Aceitei de imediato. Decidi: vou sem saber como
ia ser. Uma experiência libertadora. Liguei para a redação do
Antagonista e perguntei se tinham interesse na cobertura de
uma reportagem numa área de guerra. Paralelamente, eu
queria muito conhecer o Santo Sepulcro, o Gólgota e eu, uma
mulher cristã, tive meu desejo realizado por uma mulher judia:
Alê Safra. Fui indicada por dois amigos, Paula Pupi e Marc
Tawil.
— O que você viu, sentiu durante sua estada em Israel?
Pude fazer coisas pelo acesso permitido por Alê Safra. Muitas
coisas interessantes. Tive acesso a bases militares, à praia de
Zikim, que me marcou muito. Ver os equipamentos, conversar
com os soldados, as famílias, vítimas e sequestrados. É
desesperador. Meu lado repórter policial me armou para
enfrentar essa realidade.
Surpreendeu-me ver mulheres fortes, exemplos que ficaram
para mim. Motivo que me levou a fazer uma série de dez
capítulos, para o Antagonista, sobre as mulheres no país.
— Deixe uma mensagem sobre a violência sexual como arma de
guerra.
O direito da mulher – se piscar, todas perdem – não permite
nenhum retrocesso. Ainda é muito novo o tema Mulher e
Homem em direitos. O mundo está documentando com o uso
da violência sexual como arma de guerra. No Congo, Nigéria,
Sudão….
Vejo ali uma briga da mulher para ser livre, não se pode
permitir que seja assim em qualquer lugar, ainda mais com o
que está acontecendo agora em Israel.