Na última 5ª feira (18/03), a Comissão de Liderança e Networking (LEN) do ELF/ FISESP realizou o encontro Elas por Eles. No mês da mulher, o LEN decidiu trazer três homens inspiradores para um papo sobre as mulheres e a liderança. O objetivo do encontro foi falar sobre a importância das líderes através do olhar dos líderes. A causa feminina é de TODOS. A coordenação do ELF é de Miriam Vasserman.
O Comitê de Liderança e Networking, que completeu 5 meses, nasceu com o objetivo de aumentar a participação de mulheres em posições de liderança dentro das instituições judaicas, na gestão de corporações com e sem fins lucrativos, no empreendedorismo, na academia e ciência. A meta da Coordenação é fomentar o protagonismo feminino, encorajar mulheres que já́ atingiram a maturidade profissional a um maior engajamento e atuação comunitária, além de criar e desenvolver uma comunidade de suporte e apoio entre todas as mulheres
A comissão realizou diversas palestras, cursos de liderança, criaram 5 grupos de fóruns e uma ferramenta de mentoria bastante eficiente e ativa. Contam hoje com um grupo de networking no watsapp com 170 líderes, reunindo um número expressivo de mulheres de qualificação altíssima e comprometidas com a causa.
Participaram do debate Luiz Kignel- Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (FISESP), Gilson Finkelsztain- CEO da B3 e Jacques Sarfatti- Sócio da Russel Reynolds, sob a moderação de Elisa Nigri Griner, coordenadora do grupo.
Após as apresentações, a primeira pergunta foi direcionada à Luiz Kignel, sobre a importância da criação de um grupo de Empoderamento e Liderança Feminina na FISESP. “Começamos esse projeto em 2019 e queríamos trazer uma pauta que não estava no dia a dia comunitário. Aí surgiu a ideia de organizar um projeto para trazer um espaço para as mulheres. No entanto as mulheres atropelaram e enriqueceram a Federação, e esse projeto virou uma marca registrada. A pauta da liderança feminina precisa sair do mundo feminino, ela tem que ser discutida num foro maior. E é isso que o ELF fez, trouxe o debate para fora da bolha feminina. Alcançamos não apenas as mulheres adultas, mas também as jovens lideranças. Conseguimos despertar uma nova jornada e as mulheres que superam desafios muito mais facilmente que os homens, têm sido um exemplo para a comunidade. O projeto trouxe para a FISESP uma nova cara e para a comunidade um ganho qualitativo e um importante conteúdo”, disse Kignel.
Em seguida Gilson Finkelsztain, falou sobre a atuação das mulheres no mercado financeiro.
Segundo dados do Bid e do Instituto Ethos, apenas 13,6% dos cargos de liderança, tanto no executivo, como em conselhos, são ocupados por mulheres, nas 500 maiores empresas brasileiras.
“O mercado financeiro é de fato um reduto masculino, principalmente no que diz respeito aos cargos de lideranças, conselho e diretoria. O primeiro passo para mudar essa realidade é reconhecer que há valor na pluralidade de ideias e divisões de funções, é importante ter um alinhamento com acionistas, porque assim todos conhecem os dados e passam a divulgá-los. É muito importante dar transparência a esse assunto. A medida que as mulheres começam a ocupar espaços de liderança, outras buscam o mesmo caminho. É um ciclo virtuoso”, enfatizou Gilson.
Jacques Sarfatti concluiu o encontro com a seguinte reflexão “Eu trabalho para que as empresas mudem a cultura da diversidade, é indispensável se discutir a questão da inclusão. A jornada ainda está muito lenta, mas só juntando esforços e fazendo pressão é que vamos mudar essa realidade. Homens, mulheres e a sociedade em geral precisa continuar trabalhando para isso. Há 10 anos não tínhamos a preocupação de aumentar o número de mulheres em qualquer tipo de processo, espero que em pouco tempo tenhamos uma igualdade de condições independente de gênero, raça, faixa etária….” .
“Precisamos de homens que sejam exemplos e vocês três são a nossa inspiração. Precisamos de mais homens como vocês para diminuir esse gap, no menor espaço de tempo”, finalizou Elisa Nigri Griner.
“As mulheres podem não ser melhores que os homens. Mas também não são piores”, Golda Meir.